quinta-feira, 10 de maio de 2007

Sob Nova Direção




A revista Newsweek publicou no final do ano passado uma capa em papel prateado imitando um espelho. Anualmente a revista publica na capa uma personalidade como Homem/Mulher do ano. A personalidade do ano são os consumidores agora engrandecidos e poderosos. Munidos das ferramentas da web 2.0. blogando, produzindo, editando e publicando fotos e vídeos.

Desde a invenção da prensa por Gutemberg no século XV, fomos treinados, educados e por que não viciados aos “editores de realidade”. Todos os instrumentos de mídia sempre representaram formas de comunicação unidirecionais, de uma entidade para muitos ou no máximo bidirecionais como o telefone.






Realidade Editada

Os Jornais “decidem”quais os assuntos a serem abordados, ou que devemos ler. A TV (não importa o número ou diversidade de canais) empacota as imagens e cria uma realidade, “decidindo” o que devemos ver. O Rádio (de novo não importa a quantidade ou variedade de estações) edita e “define” o que vamos ouvir. Estamos diante de um milionésimo por cento do total.

Estamos viciados em não olhar para dentro, em não pensar por nós mesmos. Em não decidir nossa realidade. Estamos viciados nas realidades fabricadas (A Revista Caras é o maior fenômeno editorial dos últimos anos). Estamos viciados em espiar realidades criadas (O Big Brother que o diga).

Estamos “normatizados” ou “celebrizados”. Temos um comportamento de manada (as capas dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo são invariavelmente idênticas). Tendemos a copiar aquela realidade já que estamos constantemente nutrindo nosso cérebro que são as únicas que merecem nossa atenção, ou que estamos dando atenção. Ou tentamos ser muito diferentes buscando 5 minutos de fama.


Economia da Atenção


Não existe neutralidade de nossa atenção. Quando estamos focando nossa atenção em realidades criadas, deixamos de dar atenção a nossa realidade, de nutrir nossa essência. Quando olhamos para o lado imediatamente deixamos de olhar para frente. Nosso caminho, nossa jornada, nossa real vocação na Terra estão esvaziados.


Assuma as Rédeas


Pela primeira vez na História estamos diante de um meio de comunicação de muitos para muitos: A Internet.

Na grande rede você decide o que quer ler, assistir ou ouvir. Você está no comando. A realidade está sob nova direção. O poder voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

Esta liberdade é incômoda. É uma emancipação do Homem.
Nos últimos 4 séculos, desde do início da Igreja Católica sempre deixamos para alguém decidir ou formar um conceito de realidade para nós. É como se estivéssemos saindo de um coma profundo (vale o exagero) e tivéssemos que reaprender a falar, andar e ouvir.


Nutrição de Imagens e Pensamentos

Ao digitar uma palavra no Google (também um editor de realidade, mais amplo e democrático mas, uma realidade rankeada pelos seus algorítimos) você acessa imediatamente um universo, uma dimensão de realidade decidida por você. São milhares de imagens, fotos ou vídeos e textos que o remetem aquele assunto. Você decidiu. As rédias são suas. As regras são suas. Você decidiu se quer ver imagens da guerra no Iraque, da guerra nos morros do Rio de Janeiro ou se decidiu pesquisar sobre iniciativas de reciclagem de água, combustíveis alternativos, ou formas de colaborar com projetos de educação assistida para crianças carentes no morro da Rocinha. E você pode ainda editar, transformar, criar sobre o já criado na também chamada Read and Write Web

Não se trata aqui de defender um polianismo do mundo maravilhoso ou de alienação da realidade. Trata-se sim de perguntar de quem é a responsabilidade de decidir de que forma e qual realidade eu quero estar em contato.

Não é preciso fazer muita força para ver notícia ruim. E com certeza se fossemos tão ruins como definidos na mídia o mundo já teria acabado a tempos. Como disse Pierre Levy, a natureza da gigantesca maioria das pessoas na Terra é do bem.

No Minha Vida partimos do princípio que todos os nossos clientes têm boa fé e são bem intencionados. Talvez sejamos mais vulneráveis aos mal intencionados? Mas temos a firme convicção que no final das contas o saldo será positivo.



Quem Somos Nós?


É um documentário que retrata uma série de depoimentos de especialistas diversos, de teólogos a cientistas sobre nossa existência. O filme usa a física quântica que basicamente rivaliza a física tradicional em relação a presença das micro partículas no espaço e no tempo.
Segundo a ciência, as partículas em dimensão microscópica, adquirem movimentos difusos que sugerem que a matéria pode estar em dois lugares ao mesmo tempo assim como em nenhum lugar. O que existem são possibilidades de presença de matéria interpretadas pelos nossos sentidos.
Sugere que a realidade como vemos é fruto de nossa interpretação e não o contrário. No final das contas nós decidimos como vemos a realidade a nossa volta. Nossos sentidos interpretam átomos e moléculas a nossa volta que não seriam tão lineares como parecem.
A realidade como a percebemos acontece dentro do nosso cérebro.

O filme mostra um estudo científico em que um cérebro humano é exposto a duas situações, uma promovida pela imaginação da pessoa e outra sugerida em situação real, presencial. O estudo concluí que do ponto de vista do cérebro não é possível distinguir as duas situações, ou seja, a força de nossos pensamentos e imagens mentais é tão poderosa ou afeta tanto nosso cérebro quanto uma situação real.

Água

Massaro Emoto, conduziu um estudo sobre a influência da voz e do pensamento nas moléculas de água. O pesquisador Japonês submeteu as moléculas da água a situações distintas desde palavras de ódio a mensagens de amor ou bênçãos e fotografou o comportamento, cor e formato das moléculas em cada uma das situações. A diferença de aspecto é incrível.

Se nosso corpo é composto por até 70% de água e, a exceção das células nervosas, renovamos todas as células do nosso corpo 3 vezes por ano ou a cada 120 dia, qual será a influência dos pensamentos, imagens, sons que nosso cérebro forma da realidade sobre nosso bem estar e felicidade?
Segundo os especialistas os pensamentos são tão, ou mais importante do que o que comemos ou bebemos.


Será?

Será que ao tomarmos as rédias de nossa realidade estaremos mais próximos das razões de nossa existência?
Será então que a Internet é um meio de emancipação do Homem? Um meio de libertação?
Será que ao reunirmos as percepções de realidade dos saberes subjetivos de cada individuo em comunidades colaborativas chegaremos a Inteligência Coletiva Máxima? O que significa isso?

Perguntas. Lembre-se. O que nos faz evoluir são as perguntas....