sexta-feira, 30 de março de 2007

quarta-feira, 21 de março de 2007

Presença de Espírito










Foi escrito por Ricado Guimarães para a revista Trip

PRESENÇA DE ESPÍRITO!

Por mais clichê que pareça, a felicidade não é um destino a ser alcançado, ela é o caminho Não sei definir espiritualidade, mas o tempo me ensinou a reconhecer o comportamento de uma pessoa não espiritualizada.
A primeira característica é que essa pessoa reclama muito. A vida nunca está como ela gostaria que fosse. Não compreende por que as coisas acontecem do jeito que acontecem, mesmo quando as coisas dão certo existe um lamento.


Não usufrui do fluxo natural da vida alimentando-se, da mesma maneira, dos seus fracassos e sucessos. Parece que vive com o freio de mão puxado.
Outra característica é o pessimismo. Não acredita que o futuro possa conspirar a favor de seus projetos. Conseqüência dessa desconfiança, essa pessoa procura controlar tudo e todos para garantir que seus planos vão dar certo.
Gasta uma energia extraordinária em segurança, protegendo-se contra "eles" que sempre significam uma ameaça. No fim das contas, falta-lhe energia para criar algo positivo, imaginar algo melhor e de valor para todos. Essa pessoa acredita que o importante é o destino e não a viagem.
Não entende que "The journey is the destination", como diz o título da biografia do Dan Eldon, fotógrafo que morreu assassinado aos 27 anos, depois de gastar muito bem cada segundo de seu curto tempo de vida. A sensação que dá é que está sempre adiando a felicidade, para um futuro incerto ou para outra vida, fora deste mundo.
Na verdade, a pessoa não espiritualizada é chata porque não consegue ver graça naquilo que vem de graça na vida. Está sempre fazendo esforço para se divertir e se as condições ideais da diversão não acontecem fica infeliz e aborrecida. Não vê diversão em não fazer nada. Não consegue ficar quieto consigo mesmo, passeando por suas emoções, conhecendo novos lugares de um mundo exclusivo a que só ele tem acesso. Pelas mesmas razões, não vê beleza na natureza. A beleza de uma aventura regida por leis que não foram feitas pelos homens e que por isso nos ensinam a viver o melhor da nossa condição de humanos e a conviver melhor com a própria natureza. Essa pessoa corta árvores indiscriminadamente, impermeabiliza o solo, canaliza rios, desperdiça água e polui o ar. No fundo, a pessoa não espiritualizada é ignorante porque não tem perguntas que a levem a descobrir o que ela está fazendo aqui, o sentido do sofrimento, da frustração, da dor, da doença e da morte. Sem perguntas, fica ingênua. Ou arrogante porque acha que sabe tudo. De qualquer forma, vive com medo porque a vida sempre a surpreende com evidências mostrando que ela devia ter mais perguntas. Medo do outro, medo da natureza, medo do futuro são as razões de suas decisões. Enfim, não sabe por que o sucesso acontece para algumas pessoas e não acontece para outras. Ricardo Guimarães - Revista Trip *Ricardo Guimarães, 56, é presidente da Thymus. Seu e-mail é: rguimaraes@trip.com.br

sexta-feira, 16 de março de 2007

Interfaces: Web 2.0 e Consciência Coletiva




A Wikipedia define Interfaces como componentes individuais que não funcionam isoladamente. Regras de um componente podem depender ou afetar regras de outros componentes. Ou ainda, uma superfície que dividi fases, sistemas. Uma espécie de tradutor de linguagens (não línguas) e sistemas.

Interfaces são úteis para nosso dia a dia já que potencializam nossa capacidade de ver e “resolver” o mundo através dos sentidos. Elas simplificam e amplificam nossa capacidade de relacionamento com a tecnologia ou sistemas complexos e até temas complexos.

As grandes invenções da humanidade são interfaces. Os meios de transporte são fascinantes. Quanto mais amigável simples e intuitivo, melhor a nossa experiência de mobilidade. Um carro, como um prolongamento das nossas capacidades motoras no faz ir a mais de 300 Km/h. A interface Porsche nos faz até sentir mais bonitos.














Os filmes podem ser interfaces para temas complexos.
Você sabia que o filme Matrix, (eu assisti umas 138 vezes) aborda o universo filosófico, metafísico, epistemológico, ético, e estético? O filme aborda ainda filosofia da mente, filosofia da religião e filosofia política. Além disso, traz simbologias religiosas, teístas, ateístas, gnósticas e agnósticas (entendeu?). Estão presentes nele , Sócrates, Platão, Aristóteles, São Tomás de Aquino, Descartes, Kant, Nietzsche, Sartre, Sellars.
São temas e conceitos densos, normalmente restritos ao universo acadêmico ou que leva algum tempo para digerir (Inspirado pelo filme, comprei uns 20 livros sobre os temas e não consegui passar da 3ª página de nenhum).
Os irmãos Wachowski (criadores do filme) conseguiram fazer-nos conectar com praticamente todo o universo filosófico que procura entender a nossa existência, desde os primórdios em uma interface amigável, simples e intuitiva de pouco mais de 2 horas.
Impossível sair do cinema sem reflexões e questionamentos sobre nossa existência, justamente o objetivo das religiões, filosofias e pensadores citados.

Mas, as interfaces mais fascinantes do Homem moderno são as computacionais, abordadas no Matrix.

Eu lembro a primeira vez que tive contato com um computador. Faz 20 anos. Meu avô, médico diretor do Hospital das Clínicas tinha se aposentado e resolveu aprender a usar computadores pessoais. A programação ainda era em DOS. Se você quisesse entrar na grande revolução dos computadores pessoais tinha que ter uma noção mínima de programação, fazer cursos.









Em 1983 Bill Gates inventou o Windows. A primeira interface amigável, simples e intuitiva de relacionamento com os códigos binários. Não são necessários cursos para usar o Windows.
24 anos e o maior bilionário da história depois, a Microsoft está ameaçada por uma interface mais amigável, simples e intuitiva, o Google.




As interfaces computacionais são uma gigantesca teia onde cada vez menos percebemos onde começam e onde terminam os sistemas. Nosso laptop (que daqui á pouco estará distribuído pelo nosso corpo e sentidos com comandos de voz e até janelas em nossas retinas) gera interface com softwares (O Netscape foi a primeira interface da Web) que conversa com outros softwares e assim por diante em uma gigantesca teia.













Na Web 2.0 do mundo em exponencial, os limites ou as interfaces entre nossos sentidos e as possibilidades computacionais serão cada vez mais suaves. Onde isso pode nos levar?
Ao cenário do impossível e do impensável? A um cenário de colaboração em massa?
A um cenário de transparência e interdependência? A um cenário onde o coletivo será muito mais forte que o individual? Mas coletivamente, não somos inteligentes e do bem?




Será a Web 2.0 a interface da consciência coletiva?

As palavras mais digitadas no Google no Brasil em Fevereiro último foram :
Tradutor, carros, desenhos, flores, carnaval, filmes, mensagens, dicionário
mapas, receitas, cachorros, sonhos, loteria, skate, fontes.

No Yahoo News em 2006 foram: Steve Irwin death, Anna Nicole's son dies, Iraq, Israel and Lebanon, U.S. elections, Fidel Castro stroke, North Korea nuke, JonBenet confession, Saddam Hussein trial, Danish cartoon

Apesar de significar 3% do total das buscas já que a Web é um ambiente de nicho e não de massa, serão um ensaio dos primeiros indicadores da consciência coletiva?

quinta-feira, 15 de março de 2007

Web 2.0 (2)




Organizadas de maneira inadequada, as alternativas e excesso de informação são opressivas; expostas de maneira apropriada as escolhas são libertadoras” (Long Tail).





















Nunca tivemos tamanha acessibilidade a tamanha quantidade de informações como agora no mundo conectado em exponencial. Em paralelo a Web “organiza-se” com ferramentas que organizam, indexam, compartilham, classificam, popularizam....

É uma sopa de novos termos/ferramentas: Folksonomies, Wikis, Social Networking Sites, Weblogs, Digg, Mashups, Social Bookmarking, Podcasts, RSS feeds, Social Sotware , APIs,
Web Standard, Web Service , Network Effect,


O maior sucesso de negócio recente tem como modelo e pretensão organizar toda a informação disponível na rede. (O Minha Vida tem a mesma pretensão na área de Helth Care no Brasil, afinal o Google não pode tudo? Ou não?).


Vídeos muito interessantes sobre a Web 2.0:

http://www.youtube.com/watch?v=6gmP4nk0EOE

http://www.youtube.com/watch?v=JMRF_ZXms9E


As previsões de Carlos Nepomuceno para o Futuro da Web 2.0

# Quem souber organizar as melhores comunidades em rede fará a diferença

# As instituições (empresas, governos, comunidades, famílias) funcionarão como enxames coletivos, conectados em rede, para mudar de direção na velocidade que a sociedade plugada exigir

# Não existirá mais conteúdista, quem colocará a maior parte do conteúdo será o usuário

# Quem organizará as comunidades serão os apicultores. O apicultor terá como missão: estimular, organizar, moderar as abelhas para gerar o mel coletivo e portanto riqueza.

# Os portais e as intranets em poucos anos, terão a cara muito parecida com Orkut e similares.

# Os Blogs e as comunidades serão os ambientes para troca de conhecimento na empresa e fora delas

# Os países se diferenciarão pela capacidade da população de se articular em rede. Tanto para aprender, discutir e decidir seu destino

# Os países incorporarão ao seu planejamento a criação de redes inteligentes entre seus cidadãos para competir no mundo plugado.


Em breve, sairemos do entretenimento e exibicionismo para a participação e o conhecimento ?
(Perguntas... sempre perguntas .....para manter a humildade me dia...)

quarta-feira, 14 de março de 2007

Web 2.0

A definição mais difundida do tema está no Wikipedia:

"Web 2.0 é a mudança para uma internet como plataforma, e um entendimento das regras para obter sucesso nesta nova plataforma. Entre outras, a regra mais importante é desenvolver aplicativos que aproveitem os efeitos de rede para se tornarem melhores quanto mais são usados pelas pessoas, aproveitando a inteligência coletiva"
Tim O'Reilly



No final das contas a Internet sempre esteve aí (ou desde 1984). O conceito da Web 2.0 é que agora temos muito mais gente navegando com melhores ferramentas e mais infra-estrutura (a bolha ajudou muito a cabear o mundo) e usando as possibilidades da Web. Estamos lambusados pelo poder de escrever (quando eu imaginei que escreveria um blog?), publicar, opinar, distribuir uma mensagem para um bando de pessoas, falar com todos nossos amigos ao mesmo tempo, mostrar fotos, vídeos. .









O Brasil é o líder mundial em permanência on line. São 17 horas, quase 20% na frente dos franceses, segundo colocado (dado de 2005) e já somos quase 7 milhões de pessoas conectadas em banda larga com mensalidades fixas, o que significa muito mais possibilidades on line. Se olharmos para trás, não muito longe, contávamos no relógio o tempo conectado já que o preço não era fixo e contávamos os segundos a cada click. Este é o novo cenário de conectividade que o mundo assiste. Estamos experimentando o mundo conectado coletivamente


Até hoje, desde a invenção da prensa no século XV por Gutemberg, a comunicação ou mídia sempre foi feita de um para muitos.

Pela primeira vez na História da humanidade temos uma mídia (ou plataforma) de muitos para muitos.

A Web 2.0 está proporcionando uma dês-massificação ou individualização em rede.

Como crianças com brinquedo novo (lambuzados pelo poder), socialmente estamos nos comportando hora como celebridades (e como ouvi outro dia,não me lembro onde e nem de quem que todo mundo já teve ou terá seu dia de celebridade), hora como seres normatizados que não podem perder nada que acontece ou que "todo mundo" está fazendo (você ainda não está no Orkut?; você ainda não fez a dieta tal?) Como se fossemos capazes de fazer tudo.
A sintonia fina destes dois extremos é o homem conectado maduro ou o cidadão 2.0. Em algum momento sairemos do Orkut (a maior comunidade no site é brasileira) para comunidades colaborativas produtivas? (perguntas, lembra? o que importa são as perguntas)

Na definição de Web 2.0, chama atenção “melhor quanto mais as pessoas usam”

Qquando digitamos uma palavra errada no Google, o sistema “descobre” que está errada por que outros milhões de pessoas digitaram a palavra de outra forma, não necessariamente a certa. O sistema infere que estatisticamente, mais pessoas digitam a palavra corretamente do que errado. O sistema infere que coletivamente somos mais eficientes.

No Wikipedia, dicionário que funciona como uma comunidade colaborativa, você pode entrar e fazer uma definição sobre algum verbete. Você pode até escrever algo sem sentido. O sistema ou as pessoas e agentes irão naturalmente evoluir e chegar a definição mais aceita sobre aquele tema.

Quanto maior a escala, ou quanto maior o universo de pessoas que acessam o Google melhor o resultado que o sistema te entregará. Quanto mais gente participar do Wikipedia melhor serão as qualidades dos verbetes.

Olha que boa notícia para os que não se julgam privilegiados: Coletivamente somos inteligentes.

Arrisco-me a dizer que coletivamente somos do bem. Fica muito mais fácil pensar coletivamente no mundo conectado em exponencial. (Pretendo ir mais a fundo nisto futuramente)









Lembra que um dia você falou para o seu filho que você só furou a fila pelo acostamento na estrada porque todo mundo estava furando? Será que o “todo mundo” maior não estava na fila?

terça-feira, 13 de março de 2007

O Mundo é Plano

Thomas L. Friedman, colunista do New York Times, escreveu O Mundo é Plano. Uma metáfora sobre o nível inédito de conectividade que o mundo assiste.
Ele descreve dez forças que “achataram o mundo” que considero as ferramentas,ambiente, causas e efeitos dos agentes e empreendedores de agora em diante.

1. 9 de Novembro de 1989: A queda do muro de Berlin ou o reconhecimento mundial que comunidades fechadas, pouco oxigenadas não prosperam

2. 9 de Agosto de 1995: Netscape abre capital na Nasdaq ou o mundo descobre a Internet

3. Softwares de Fluxo de Trabalho ou os famosos “de/para”. Vamos por aplicativos para conversar.

4. Código aberto, Comunidades de Colaboração que se Auto-Organizam ou, o mundo descobre finalmente que 1+1 pode ser muito maior que 2.... (Linux e Wikipedia)

5. Terceirização – O Ano 2000: A índia opera o call center do Drive Thru do Mac Donalds no Texas

6. Offshoring- A China recebe fábricas inteiras de multinacionais (Qual será o papel do Brasil?)

7. Cadeia de Fornecimento: O mundo é um monte de prateleiras conectadas. Meu amigo Carlos Ambrosio descobriu e importou um tanque de gasolina de maior capacidade para sua moto feito na Austrália que nem o fabricante da moto tinha conhecimento.

8. Internalização: UPS, FedEx e DHL internalizam processos de manipulação de produtos. Ficará tão fácil mover produtos quanto mover bytes? Serão os produtos e serviços extensões cada vez mais próximas dos bytes?

9. Informação: Google O mundo descobre o acesso a informação, pessoas, empresas, serviços a um click.

10. Esteróides: Digital, Móvel, Pessoal e Virtual: O aumento e distribuição das capacidades computacionais. O computador está até na geladeira. O número de usuários de banda larga cresceu 40% o ano passado no Brasil e há cerca de 100 milhões de telefones celulares.

Neste mundo plano em exponencial, o que pode ser feito, será feito por você ou para você.

“Sempre demora para todas as tecnologias associadas, bem como os processos e hábitos empresariais necessários para aproveitá-las ao máximo, convergirem e gerarem o próximo surto de produtividade... A introdução de uma nova tecnologia por si só, nunca é suficiente. As grandes irrupções de produtividade ocorrem quando a nova tecnologia se combina a novas maneiras de atuar”

Em conversa recente com um Vice-Presidente de um banco, que encomendou um estudo sobre Mobile no Brasil, foi comentado que, apesar de grande parte dos 100 milhões de celulares serem pré-pagos, o processo de modernização desta base deve acontecer muito rápido. Faltam idéias mas não possibilidades sobre o que fazer nesta gigantesca rede interligada.

segunda-feira, 12 de março de 2007

Internet: Metamorfose Ambulante

Escrevi em Abril de 2001, mas continua muito atual...

Selecione suas mais profundas convicções, políticas, econômicas ou sociais que você considera verdades absolutas. Reproduza-as em mensagem eletrônica e desafie outras pessoas a questioná-las.

A grande rede, através de pessoas (milhares) ao redor do mundo, que você nunca pensou em um dia encontrar, sustentará hipóteses, fatos, que vão sugerir profunda reflexão:

Talvez para ser político, não seja necessário ser corrupto, a legalização de drogas seja a melhor forma de combatê-las ou, que a liberação do aborto gere menos mortes, por exemplo.

No fundo esta é a grande revolução que presenciamos...
Nunca foi tão comum ver conceitos, sendo tão bombardeados, nem tão fácil ver como somos dependentes um dos outros. Nosso trombone nunca teve tanto eco e platéia.

Talvez a transparência e interdependência que a Internet traga a tona não sejam tão revolucionárias assim.

As grandes transformações ou evoluções de nossa sociedade desde a descoberta da “Terra Redonda”, o final da Guerra Fria ou o Mapeamento do Genoma, sempre representaram profundos questionamentos e grande transparência.

Talvez a Internet mostre um cenário em que estejamos acordando para o seguinte fato: mais do que diminuir os ciclos de descobertas, revoluções ou mudanças, a sociedade moderna chegou ao momento das mudanças constantes, do equilíbrio dinâmico ou da metamorfose ambulante.

Mas, nossas convicções e verdades são fundamentais para o conforto do dia a dia.
Questionamentos freqüentes geram instabilidade. A Internet não é produto mas, processo de comunicação e integração que leva esta sensação de desconforto ao limite.

O próprio nascimento da Internet com suas realidades tênues e provisórias é uma demonstração eloqüente de como as máscaras caem rápido, de como as verdades surgem e vão embora muito rapidamente. A especulação em valores inconsistentes foi o maior exemplo.

O que dizer para nossos filhos então?

Talvez que não precisamos ter resposta para tudo. Não devemos ter resposta para tudo.

Como educá-los em meio a tantas mudanças?

Com valores e princípios reais. E a grande prova de que são reais será o fato de justamente sobreviverem a esta nova realidade.
Talvez a Internet que parecia tão mágica como algo totalmente novo, nos ensine que a verdadeira magia são nossos princípios básicos ensinados por nossos queridos avós. Não existe resultado e sucesso sem trabalho e tempo, vitórias sem derrotas e aprendizado, consistência sem respeito e, felicidade duradoura sem valores e princípios ...

Raul Seixas, avô da geração Internet escreveu ...
“Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”

Talvez, não exista porto seguro, mas plataformas (que podem afundar às vezes) (foi escrito na época que a pltaforma da Petrobrás afundo no bacia de Campos), que nos ajudam a navegar pelo mar de incertezas da vida.

E, talvez o que falta para solidificar nossas plataformas sejam os tais valores e princípios que esquecemos de exercitar.

Talvez eles possam nos dar a segurança necessária para reconhecermos conceitos como pré-conceitos e levar nossas plataformas para mares nunca navegados com a mesma tranqüilidade da terra firme.

Sim, a Internet caiu na realidade, mas a realidade também está caindo na Internet (Era o auge do estouro da bolha)

domingo, 11 de março de 2007

Empreendedorismo Pede Imaginação

Em setembro de1999, participei de um evento organizado pela Mackinsey sobre os recentes empreendimentos que usavam a Internet como plataforma. O mundo tinha parado para olhar o movimento da Nasdaq e os holofotes estavam na América Latina, agora a bola da vez, em busca de oportunidades de ganhos já realizados no recém nascido vale do silício.

Na platéia estavam os principais “farejadores” de oportunidades, representando seus próprios interesses ou de grandes grupos de private equity que por aqui começavam a aportar.

O painel eclético de apresentadores, muito bem selecionado pelo grupo de consultoria era composto por grupos de mídia (UOL e Terra ou ZAZ na época), first movers da Internet no Brasil, investidores já reconhecidos pelo faro apurado (Suzan Segel do Chase Manhatan tinha acertado a Star Mídia, primeiro grande case de projeto que ensaiava uma impensada onipresença na América Latina) e ,representando a nova geração de “empreendedores de garagem”, estava eu com a WebMotors ainda uma empresa na garagem.

Meu principal discurso, que ajudou a catalisar o investimento do GP Investimentos e do Chase Manhatan, duas das principais instituições de Privaty Equity da época na WebMotors - foi que a Web trazia, principalmente, valores de transparência e interdependência para um mercado acostumado a “caixas pretas” e a delegar tecnologia a um departamento de TI, normalmente discriminado como nerds estrangeiros. A disseminação da Internet trouxe a tecnologia para o nosso dia a dia “físico ou jurídico” como uma grande tsunami que ocupa todos os espaços por onde passa.

8 anos, uma crise de identidade e um ajuste nas expectativas depois, a Web continua desafiando os paradigmas estabelecidos e as mentes mais brilhantes. O discurso continua atual e agora sim estamos diante de uma revolução das cadeias de valor em todos os sentidos e setores. O Google, criado por nerds, vale hoje como marca mais que Disney e MacDonalds e foi eleito pela Fortune em 2006 a melhor empresa para trabalhar.
3 das 5 marcas mais admiradas no mundo hoje são de negócios de Internet (Google, You Tube e Wikipedia).

Nunca tivemos a nossa disposição tamanha infra-estrutura e conectividade ou, tamanha transparência e interdependência no mundo. Depois que o drive-thuru do Mac-Donalds nos Estados Unidos se prova ser mais eficiente e barato operado da Índia, tudo pode acontecer, ou tudo pode e deve ser revisto.

Nunca houve tantas descobertas científicas na humanidade como nas últimas décadas. A conectividade e infra-estrutura disponíveis hoje possibilitam um nível de colaboração e acesso a insumos inimagináveis, catalisando a combinação das descobertas . Desta forma é possível estabelecer graus de inovação que geram patamares inéditos de eficiência, produtividade e geração de valor na sociedade.

Hoje o empreendedorismo pede imaginação. Temos que ser capazes de imaginar o impensável já que os limites do impossível em nenhuma época foram tão elásticos. Como escreveu Thomas Friedman no "Mundo Plano", no mundo plano em exponencial o que pode ser feito será feito ou por você ou para você.

A única grande limitação é o uso fontes de recursos naturais do planeta que, em paradoxo é justamente o que está em jogo se não formos capaz de quebrar paradigmas, pensar fora da caixa ou pensar fora dos limites.

Apesar de estar em baixa depois que descobriram que sua casa no Texas gasta 30.000 dólares por ano com eletricidade, Al Gore, em seu documentário “Uma Verdade Inconveniente”, tem o mérito de ter trazido a discussão da sustentabilidade para fora do mundo acadêmico. Talvez a natureza esteja no limite da tolerância em relação a como determinamos nossa relação de troca e equilíbrio com ela.

Talvez este novo surto de inovação e produtividade seja necessário para a tão festejada sustentabilidade.

"Nunca ande por caminhos traçados, pois eles conduzem somente aonde os outro já foram" Alexandre Grahan Bell.

sábado, 10 de março de 2007

Tenho Uma Visão

... e o objetivo deste blog é compartilha-la e desenvolve-la com pessoas, amigos e principalmente pais que julgo serem agentes capazes de transformar o mundo para nossos filhos. E, se para uma pessoa (minha filha Stella que nasce em breve), ele fizer diferença já estarei realizado.

Nossa civilização em nenhum momento experimentou um ciclo de descobertas tão intenso como nos últimos 10, 5 ou 2 anos. Houve mais invenções e descobertas tecnológicas do que nossa capacidade de empreendê-las. Será por acaso?

Talvez elas sejam necessárias para nos prepararmos para o mundo sustentável.

Numa questão “tostinesca” o mundo está preste a assistir a um salto de produtividade e eficiência porque criou as ferramentas para tanto ou porque simplesmente é necessário para continuarmos existindo?
É uma questão espiritual profunda que não me atrevo a responder mas de alguma forma me conforta e ajuda a manter a humildade em dia...Como me disse um amigo filósofo, o que vale são as perguntas, porque quando você acha que chegou nas respostas, as perguntas já são outras.
Ricardo Guimarães escreveu na Trip : O que importa é o processo. A jornada é o destino...

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Minha visão é que o mundo passará por transformações drásticas nos próximos anos , e chegará a níveis de eficiência impensados, se não nos tornaremos inviáveis como civilização na Terra.
Nos próximos anos haverá oportunidades incríveis de empreender, de reinventar as indústrias e cadeias de valor existentes sobre o prisma da interdependência e transparência.
Na minha visão (Pollyanesca podem dizer alguns) a abertura, a oportunidade e a esperança vão tomar o lugar da suspeita, limitação, individualismo, ressentimentos e valores ilegítimos.

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Como bem descreveu o Homem da “Cauda Longa” (editor da revista Wired), Chris Anderson pensamos linearmente e temos dificuldade de praticar visões exponenciais, ou imaginármos como este mundo será.

Quero convidá-los a reflexão, provocá-los e inspirá-los ao longo da existência deste espaço com temas que vão da tecnologia ao espiritualismo que acredito serão ao mesmo tempo causa, efeito, ferramentas e ambientes deste mundo em exponencial. Como sou um auto-didata empírico, se é que isto existe, tudo vai estar misturado:


WEB 2.0, comunidades colaborativas, comunidades em rede, relação capital e trabalho (não tão recente mas em discussão), propriedade intelectual, invenções de domínio público, inovações democráticas, Inteligência coletiva, consciência coletiva e inconsciência coletiva
Os limites cada vez mais tênues entre o público e o privado, o físico e o jurídico Empreendedorismo, agentes e “agidos”
Auto-estima (Segundo Cezar Taurion da IBM, na comunidade 2nd life, recente febre da Web, onde pode tudo, inclusive voar, os Americanos entraram, entenderam as regras do jogo, empreenderam e acharam formas de ganhar dinheiro. Os brasileiros entraram na comunidade e fazem entrevista de emprego no estilo “ir para os EUA ser garçon ou manobrista é legal”...


Quero também ser capaz de publicar exemplos, idéias, re-invenções, inovações e principalmente formas inéditas de empreender com os fantásticos recursos do nosso tempo de forma sustentável. E, por que não? num ataque de ufanismo (afinal a Stella nasce no Brasil), gostaria que fossem brasileiríssimas. Vou fazer muita força para provar que temos características únicas no cenário mundial de adaptabilidade ao mundo em exponencial.