quinta-feira, 31 de maio de 2007

Mobilização


Uma bela manhã de maio no hemisfério sul.
A luz do sol nesta época do ano reflete com mais intensidade e “fotografa” o mundo como nunca. Há um brilho mágico nas coisas.
Uma praia deserta. A areia branca e fofa envolve cada passo exigindo convicção ao andar. Um homem caminha envolto em seus pensamentos. São quase 70 anos de vida.
Durante sua jornada, muitos sonhos e convicções ficaram pelo caminho. É comum pensa ele. Quantos da sua geração lutaram por suas convicções? Quantos fizeram a diferença no mundo? Não. Ele não se arrepende. Ele protegeu sua família, seus filhos.
Faltou a energia necessária? Faltou tempo? Ele esteve tão preocupado com seu dia a dia que se esqueceu de perguntar se a trajetória da sua vida o levava para onde realmente queria?
Toda vez que buscou fazer alguma coisa diferente, pensou ele, alguém ou alguma coisa o impediu. A carga tributária, o governo corrupto, as forças ocultas, a violência, a desconfiança. Não. Ele não se arrepende. O mundo é difícil. A vida é dura. Ele fez tudo que era possível. Talvez os sonhos e convicções de jovem foram reflexos de sua ingenuidade.

Enquanto ele caminhava, percebeu um vulto do outro lado da praia. O vulto abaixava-se pegava algo na areia e jogava no mar. Ao aproximar-se percebeu que era um garoto, de seus vinte e poucos anos que lançava estrelas do mar de volta ao oceano. Não havia ninguém num raio de 1 Km. Ele dirigiu-se ao garoto e perguntou o que fazia.

A maré baixou, explicou o garoto, e o sol está esquentando. Estas estrelas não vão sobreviver nestas condições.

O homem deu um sorriso: Ora meu jovem, são milhares de estrelas, você acha que pode fazer alguma diferença?

O jovem sorriu de volta, abaixou, pegou mais um espécime e, ao atirá-lo de volta ao mar, respondeu ao homem: Para esta fez.

segunda-feira, 28 de maio de 2007

Tiro no Pé

No último fim de semana, jornais, revistas e TV discutiam, especulavam a descreviam a Operação Navalha (continuamos viciados nos editores de realidade). Mais uma operação da Polícia Federal que desmascarou um grupo organizado de pessoas, mas desta vez se tornou emblemática - segundo o polêmico Diogo Mainardi, comentarista do Manhatan Conection e colunista da Veja - já que envolveu pessoas de praticamente todas as camadas institucionais. Empresários, donos de empreiteira, advogados, secretárias, lobistas, assessores (sempre eles) de parlamentares, órgãos responsáveis por liberação de verbas, órgãos responsáveis por fiscalização de obras e os próprios parlamentares como o presidente do Senado.

Com uma transparência impressionante, todo o fluxo de como o desvio de verbas públicas acontecia tornou-se público. É possível saber exatamente o papel de cada um, desde o presidente do Senado até a secretária do dono da empreiteira. Uma eficiência operacional digna de empresas de primeiro mundo pode-se dizer.

Apesar de nos últimos tempos, várias operações destas terem sido desnudadas, pouco de prático têm acontecido como a prisão efetiva dos responsáveis. Desde 2003, vinte grandes operações de combate a corrupção foram feitas. Somente 6%, ou 40 pessoas permanecem presas contra 785 detidas durante as operações, segundo levantamento do jornal O Globo.

Outro ponto interessante levantado pelo colunista André Perry da Veja é que esta operação estava a todo vapor com uma intensa sensação de impunidade dos seus participantes, como identificado no teor das gravações, enquanto a imprensa noticiava outras operações sendo desmascaradas com o mesmo grau de pirotecnia como a Operação Sanguessuga .

Ou seja, não parece que a imprensa têm sido capaz de inibir os corruptores divulgando esquemas de corrupção sendo desmascarados.

Mas, o que mais chamou atenção na mídia foi a preocupação em mostrar os efeitos práticos da corrupção. As imagens dos envelopinhos recheado passando de mãos flagradas por câmeras de seguranças estão sendo expostas ao lado de famílias sem água e luz isoladas em áreas inóspitas. Estima-se em 1.5 bilhão de reais o valor deixado na mesa da corrupção na economia do Brasil. Já existe uma intenção de mostrar conexão de causa e efeito, talvez o melhor formato de impactar a opinião pública.

Recentemente, uma campanha sobre pirataria foi veiculada nos cinemas e TV. O filme procura interligar o ato (crime) de comprar filme pirata ao crime de assalto no transito, uns dos mais freqüentes atos de violência do nosso tempo. Causa e efeito são colocados lado a lado de forma impactante, procurando inibir o ato de comprar filmes piratas, a primeira vista um ato inofensivo. O filme Traffic com o Michael Douglas também foi um clássico ao explicitar as relações de causa e efeito do mundo das drogas nos EUA.

Sim, parece que estamos aos poucos percebendo que há mais interligações entre as coisas do que somos capazes de perceber. Na verdade, tudo está relacionado. Nós é que com tempo perdemos a capacidade de perceber as conexões.
Se estivermos realmente ligados a nossa essência espiritual, experimentaremos desconforto ao comprar coisas de origem duvidosa, desmatar áreas com árvores seculares ou investir em ações de empresas claramente danosas ao meio ambiente ou que lucram com guerras?

A espiritualidade também traz um senso de pertencer a algo maior. Um senso de que individualmente podemos fazer a diferençam em contraste a baixa auto-estima de fazer porque todo mundo faz ou de achar que não fazemos diferença individualmente ou até de fazer porque alguém iria acabar fazendo.

A tecnologia e o ciberespaço são grandes aliados dessa emancipação do Ser Humano. Elas trazem espiritualidade na medida em que conectam pessoas e informações explicitando nossa interdependência, a dos fatos e, ao gerar transparência. Nunca, na história da humanidade tivemos uma ferramenta tão poderosa na capacidade de comunicar muitos com muitos como a Internet.

Vamos imaginar uma interface tecnológica tão lúdica e poderosa como o Windows, o Playstation ou mesmo o Google que fosse capaz de imediatamente fazer surgir na nossa frente o efeito em cadeia de um ato como desviar recursos públicos. Como uma planilha do Excel que muda resultados a partir da alteração de valores que estejam interligados por formulas, uma tecnologia que “descobrisse” quais imagens sensibilizariam nossas mentes em tempo real (talvez pelas mais recentes buscas no Google?) sobre os efeitos de nossos atos.

Na onda da sustentabilidade, as calculadoras de impacto pessoal de carbono são uma prova interessante de onde podemos chegar.(O próprio conceito de sustentabilidade remete a conexão de tudo já que o carbono, seqüestrado ou emitido está presente em toda parte)

Imagine o Zuleido (o cabeça da “operação Navalha”), sua família e amigos sendo bombardeado em tempo real por imagens em seu celular, na tela do computador, nas TVs de sua casa, ou do seu barco das conseqüências dos desvios de verba. Imagens do futuro do país, dos seus filhos, de alguma coisa importante para ele (deve existir) que seria prejudicada em conseqüência da distribuição dos envelopes não transparentes.

Talvez a imagem mais simples de entender seria mesmo a do seu pé sangrando após ser alvejado por um tiro saído de uma arma em seu punho.

Países emergentes devem liderar inciativas de inovação

Publicado na Newsletter do TI Inside em 25 de maio.

No competitivo ambiente global de negócios, CEOs têm priorizado a inovação em suas agendas, porém têm constatado que as empresas de TI deixam a desejar em idéias visionárias e inovações.
Por outro lado, companhias que atuam em mercados altamente restritos em países emergentes como China e Índia estão inovando como nunca. E as inovações provenientes desses mercados pouco convencionais estão forçando mudanças e gerando uma nova força que não pode ser ignorada pelos mercados maduros.
A avaliação foi feita por analistas do Gartner, durante o Symposium/ITxpo, realizado na semana passada em Barcelona, na Espanha.Os analistas do instituto de pesquisas examinaram a importância crescente da inovação em países emergentes e observaram em que ponto acontece o rompimento na pirâmide, e como isso pode beneficiar os mercados mais maduros.

No mercado global, cada vez mais centrado nos clientes, as companhias estão se afastando do modelo tradicional de inovação, que tem como base área de pesquisa e desenvolvimento interna das empresas. A tendência é que a inovação pare de vir do laboratório e comece a surgir da solução de problemas reais e como resposta para necessidades diárias, independente de quão sofisticado o mercado pode ser, com o objetivo final de enriquecer a vida das pessoas”, analisa Sandy Shen, diretor de pesquisas do Gartner.
De acordo com ele, as nações em desenvolvimento estão adotando inovação e tecnologias mais rápido do que mercados maduros por causa de três razões principais. Primeiramente, mercados emergentes têm menos legados que permitam a eles obterem saltos rápidos em tecnologias, o que torna o cenário ideal para a realização de testes. Em segundo lugar, em ambientes altamente confinados, que podem incluir infra-estruturas pobres, existe a necessidade de produtos que possam servir para melhorar o mercado local, especialmente para produtos projetados para mercados desenvolvidos. Como exemplo, Shen cita os telefones celulares, que exigem menos energia e tem conectividade interna, que segundo ele são mais apropriados para mercados emergentes do que PCs. Eles são também mais baratos do que PCs e mais adaptáveis ao ambiente dos mercados emergentes. O Gartner prevê que telefones celulares vão superar os PCs numa proporção de 15 por 1 em países emergentes até 2010. Finalmente, o analista enfatiza que países emergentes como a China e Índia têm a ambição de liderar a indústria de TI globalmente, e inovação é a única forma deles cumprirem esse desafio.Embora mercados emergentes e maduros tenham diferentes motivações para inovação, eles frequentemente obtêm o mesmo resultado. Por isso, o Gartner prevê que, até 2015, os projetos de TI nos países em desenvolvimento deverão direcionar 20% das grandes inovações em todo o mundo. Um bom exemplo, segundo Shen, é o mobile banking usado para transferência de dinheiro por meio de telefone celular, que foi a primeira inovação introduzida pelos mercados emergentes.

É mais fácil construir do zero do que reformar?

A sustentabilidade começa na relação com as pessoas

Escrito por Vicky Bloch (Vicky Bloch Associados) para o Valor Econômico em 28/05


Levamos quase 40 anos, desde que os primeiros executivos e empresários se mostraram preocupados com o desenvolvimento sustentável e criaram o Clube de Roma, em 1970, para que a idéia finalmente emplacasse nos negócios. Mais de um século antes deste acontecimento, a famosa carta do chefe indígena Seattle ao presidente dos Estados Unidos já alertava o "homem branco" para o perigo e contradição de destruir a Terra em nome da evolução da espécie.

Em 1987, a Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e Desenvolvimento publicou um documento intitulado "Nosso Futuro Comum", também conhecido como relatório Brundtland, segundo o qual desenvolvimento sustentável é aquele que "satisfaz as necessidades presentes sem comprometer a capacidade das gerações futuras de suprir suas próprias necessidades".

Um ano depois, o líder seringueiro Chico Mendes, reconhecido internacionalmente por sua luta contra as ações predatórias na Amazônia, era assassinado. E só agora o ser humano reconhece ter chegado ao limite da irresponsabilidade ambiental.

A pergunta agora é: precisaremos ir tão longe para aprender que a perpetuação do planeta e das empresas depende, antes de tudo, de relações sustentáveis entre as pessoas?

Prover o melhor para os indivíduos, assim como para o ambiente, é praticar a sustentabilidade no seu sentido mais amplo. Qualquer empreendimento humano, seja um negócio, um clube ou uma família, só será perene se for socialmente justo e culturalmente aceito.

A escassez dos recursos naturais, as doenças endêmicas, as crises econômicas, a queda na qualidade de vida, o estresse, os distúrbios familiares são reflexos daquilo que não cuidamos até aqui e que afetam a vida das pessoas no curto, médio e longo prazos.

Numa empresa, como podemos identificar uma liderança sustentável? É aquela que atrai e retém talentos com base em relações harmônicas. São estas que garantem o compromisso com os resultados e o orgulho de cada indivíduo de pertencer à organização.

Uma equipe de sucesso, segundo definição publicada recentemente pela revista "The Economist", é formada por profissionais que reúnem competências para resolver problemas inéditos ou inventar soluções. Nunca é demais repetir o mantra, tão recitado e "esquecido" quanto foi até agora a questão ambiental: são as pessoas que fazem a diferença.

Qual será o próximo desafio para o crescimento sustentável? A conscientização das organizações de que a guerra por talentos está aberta e de que estes valiosos profissionais se conectarão mais facilmente às empresas quando perceberem nelas um investimento genuíno no longo prazo e nos relacionamentos pessoais.

Esses jovens buscam negócios com os quais possam compartilhar sua visão de mundo e seus valores de vida. Um ambiente ideal em que possam desenvolver suas carreiras de forma sustentável. Querem novos desafios e aprendizados a cada projeto.

Como atrair e reter estes talentos? O líder precisa lhes proporcionar um significado para o trabalho, uma causa que queiram seguir. Além disso, premiar justamente pelos resultados obtidos e entender que o exercício do feedback não é só um instrumento de gestão, mas um fator importante para a evolução dos indivíduos e da organização.

Em resumo, o gestor deve manter uma relação sustentável com a empresa e com as equipes. Estas, em geral, querem ter orgulho de suas lideranças. Para tanto, é preciso estar atento ao velho princípio de que discurso e prática não podem ser diferentes.

Saber acolher os erros e redirecionar os profissionais para atividades produtivas também é uma competência valiosa para os líderes.

E você, acha que tem desempenhado bem esse papel, de maneira consciente? Está satisfeito com o seu modo de liderar? Sempre é tempo para refletir e agir.

terça-feira, 22 de maio de 2007

Carro Elétrico Fun

Do Portal de Notícias da Globo

Bateria de laptop impulsiona carro elétrico
Carro custa US$ 96 mil nos EUA e chega a 210 km/h. Carga de bateria realizada em casa permite que o carro rode 320 km.

Se a idéia que você tem de carro elétrico é aquele veículo aparentemente frágil usado em campos de golfe, é hora de se atualizar. Isso porque a Tesla Motors, uma fabricante com sede no Vale do Silício, aposta na fabricação de automóveis esportivos também elétricos e altamente potentes: o Tesla Roadster 100 vai de zero a 100 km/h em quatro segundos e atinge 210 km/h. Tudo isso com o uso de baterias de íon-lítio, as mesmas utilizadas em laptops. Clique aqui para ver galeria de fotos.


Tesla Roadster 100, com visual esportivo, é produzido na fábrica da Lotus Car
“Carros elétricos tiveram até agora um estilo vergonhoso, e essa tecnologia não pode ter sucesso se ninguém quiser dirigi-los. Por isso, tivemos de mudar o conceito dos carros elétricos de uma maneira radical, tornando os automóveis lindos e fazendo a experiência de dirigi-los emocionante”, diz a companhia em seu site. O resultado dos esforços é o Tesla Roadster 100, vendido por US$ 98 mil nos EUA, o equivalente a R$ 190 mil. O veículo não-poluente é montado na fábrica da Lotus Cars.


Uma única recarga na bateria faz com que o carro rode 320 km (Foto: Divulgação)

Em seu site, a companhia fundada em 2003 afirma que sua maior inovação é o “pacote de bateria”, parte que equivale ao tanque de combustível do automóvel, formada por milhares de células de íon-lítio. Além da potência fornecida por essa tecnologia, uma única carga é suficiente para que o veículo rode o equivalente a 320 km. Essa recarga pode ser feita em casa, em cerca de três horas e meia, com o kit “Estação Doméstica”, montado por um eletricista. “Um carro elétrico é como um telefone celular: não importa quanto leva para carregá-lo, desde que a bateria dure o dia inteiro. Você pluga quando chega em casa e despluga quando sai na manhã seguinte”, compara a companhia. Também há uma alternativa de recarga portátil, para viagens. Segundo a empresa, o custo de cada 1,6 km rodado fica em US$ 0,02 (R$ 0,04). Entre os executivos que investem na companhia estão Sergey Brin e Larry Page, os fundadores do Google, e Jeff Skoll, ex-presidente do site de comércio eletrônico eBay.

sexta-feira, 18 de maio de 2007

Al Gore Ou Nunca

O ex-futuro presidente dos EUA esteve no Brasil para apresentar “Uma Verdade Inconveniente”.

Interessante perceber como a questão da sustentabilidade entrou rapidamente na agenda dos grandes líderes de praticamente todos os setores da economia hoje. Legitimamente ou não, tornou-se relevante abordar o tema sob todos os aspectos no fórum pessoal, empresarial ou político.

A maior parte do tempo, insistentemente, o ex-vice-presidente americano trata de fundamentar o efeito que o Homem tem causado a Terra pelo crescimento populacional, pelas novas tecnologias e pelos velhos hábitos. Por exemplo a pesca feita com navios e redes de quilômetros são insustentáveis já que não há tempo da fauna se refazer.

Ele viajou para grande parte dos lugares que apresenta no mundo todo e relata os efeitos até com fotos pessoais. Alguns picos gelados não existem mais, geleiras dos Pólos estão se desfazendo e florestas estão desaparecendo. Trata também de relatos científicos com inigualável consenso (raro no mundo acadêmico científico) sobre mudanças climáticas já em efeito como o record de tempestades e tufões nos últimos anos nos EUA.

Com uma oratória impecável, Al Gore prendeu a atenção das cerca de 600 pessoas presentes durante 2 horas. Apesar de atualizada com dados do dia, a palestra do festejado filme não focou realidades brasileiras. Houve um cuidado extra do apresentador em não se envolver em questões políticas regionais, principalmente em relação a Amazônia, quando perguntado sobre o tema.

Apesar das queimadas de nossas florestas, o Brasil representa pouco em relação a emissão de carbono no mundo: 2,5% contra 30% dos EUA e 27,5% da Europa. O país foi também elogiado em relação ao investimento em energia renovável.

Apesar de totalmente envolvido com a questão ambiental, Gore não resiste a alfinetadas em seu ex-adversário político. New Orleans é citada várias vezes, com fotos recentes, que parecem tiradas durante a catástrofe, e com a comparação do custo da guerra de Bush diante de ações desejáveis em direções sustentáveis. Ele deixa muito claro que o maior responsável pela emissão de carbono no mundo é o que menos está fazendo para evitar o aquecimento global. Cita ainda o movimento a revelia do governo central, de uma centena de cidades norte-americanas em seguir o Protocolo de Kyoto.

Al Gore também fundamenta, ao final da apresentação, que já temos atualmente os recursos tecnológicos e conhecimentos necessários nas mais diversas áreas ou em todas, já que nunca foi tão unânime a questão, para revertermos a “rota de colisão da Terra”. Teríamos ainda 10 anos até o “point of no return”. Faltaria a tal vontade política, principalmente na casa dele, segundo o próprio, um recurso renovável.

Mas o que se aprendeu verdadeiramente naquela noite foi a arte de bem vender.

No final das contas, Al Gore viaja o mundo (ele está recrutando replicadores de suas palestras em vários países) como ambientalista, com a bandeira da sustentabilidade, e até ganhou o Oscar (melhor documentário) para “falar mal” do Bush, seu ex-adversário político que seria o principal adversário da implantação de ações sustentáveis já disponíveis e necessárias no país, maior responsável pela emissão de gases do mundo.

É como se o Geraldo Alkimin viajasse o mundo dando palestras sobre emissão de mensalão , sendo o Brasil responsável por 30% das emissões mundiais e os EUA 2,5% (Será ?).

É claro que se trata de uma comparação grosseira da minha parte, quase mal educada.

Está claro que o assunto da sustentabilidade é muito mais envolvente.Tem a ver com nosso espírito, com o Espaço da Terra do Pierre Levy. Com nossa existência. Com nossa essência. Já existe uma sensação de desconforto sobre nossa relação de troca com o planeta e seus recursos naturais.

Exatamente, o Al Gore foi capaz de verbalizar nosso desconforto (depois de 15 anos estudando o tema segundo ele). Com uma apresentação de dar inveja aos maiores “heavy users” de Power Point do mundo e com uma presença de palco digna da Brodway ele fala o que nós queremos ouvir. Edita uma realidade para nós. Ele sugere uma união em torno de uma causa e colaboração inter-instituições em torno de um tema. Ele sugere uma nova Inteligência Coletiva.

Um gênio do Marketing segundo os publicitários. Um messias segundo os mais entusiasmados. Um excelente político segundo os mais céticos. Um grande oportunista segundo alguns cotovelos doloridos. (Ele ganha 150 mil dólares por palestra).

A verdade é que ele se apoderou de um dos temas mais relevantes do nosso tempo, se não o mais relevante.

Isso nos faz refletir sobre este tal de EUA, país líder (não por acaso) do mundo moderno, capaz de atrair as melhores cabeças, patentes e tecnologias hoje para o “American Dream”.

O mais admirável é sua capacidade de auto-crítica (melhor do que do resto do mundo em criticar os próprios EUA). Sua capacidade de impactar, “marketear” e oportunizar (no Auditório do Ibirapuera a noite era fantástica e o fundo do auditório aberto antes da palestra tinha o parque iluminado e o céu estrelado) e de se re-inventar. Apesar das críticas de que se consideram o umbigo do mundo que no caso da liderança em emissão de gases remete a outro famoso orifício humano, os EUA são um palco inegável de sucessos frequentes.

Um país que têm uma das menores taxas de emissão de carbono do mundo e já é referência mundial em tecnologia de combustível renovável não teria muito mais legitimidade de pregar a sustentabilidade mundo a fora?

O que vale no mundo hoje é quem sai na frente? O que vale é quem se apodera de um tema antes dos outros? O que vale é quem edita a realidade antes dos outros? O que vale é quem marketea antes? Talvez, por enquanto.

Num ataque ufanista. Ainda há tempo. Vamos aproveitar esse momento de enxurrada de dólares mais produtivos e menos especulativos no Brasil.
Vamos aprender com o Al Gore (e com os EUA) a vendermos bem em vez de sermos bem comprados.

A Sociedade Brasileira Diversificou-se

No Jornal O Estado de São Paulo de 20 de Maio de 2007

Trecho da entrevista de Daniel Aarão Reis, professor de História Conteporânea da UFF com o título: "Lula representa o reformismo moderado"

"... Quem ficou órfã, de pai, de mãe e de avós, foi uma parte considerável da grande mídia formal que imaginou ainda ter um poder que já perdeu. A sociedade brasileira diversificou-se - aparecem outras mídias, tomando porporções ainda difíceis de avaliar. Em vez de chafutar no ressentimento, esta gente precisa lamber feridas e, sem perder as próprias perspectivas, abrir-se um pouco mais para o país em que vivem..."

Um sinal de reconhecimento da edição distribuida da realidade?

"... Mas é bom não esquecer que Lula, como ele próprio disse, é uma Metamorfose Ambulante.."

Colaborativo Mundo Novo


Diário IDG Now
Localizado a 200 anos-luz da Terra, planeta gravita em torno de estrela semelhante ao Sol. Descoberta teve participação de brasileiros.
A equipe científica internacional responsável pela missão do satélite CoRoT anunciou a descoberta de um novo planeta fora dos limites do sistema solar (exoplaneta) na manhã desta quinta-feira (03/0). O planeta, denominado CoRoT-Exo_1b, localizado a uma distância de 200 anos-luz (cerca de 2 quadrilhões de quilômetros) da Terra é o primeiro a ser identificado pelo satélite


Jornal Meio e Mensagem

Ricardo Lordes, presidente da Pátria publicou artigo no Meio e Mensagem sobre uma campanha publicitária criada para o Colégio Bandeirantes em que os alunos participaram ativamente do processo. A campanha foi assinada por uma menina de 15 anos, aluna do colégio. Segundo Ricardo, a principal responsabilidade da agência foi gerenciar o processo.
Livro “A Cauda Longa”

Chris Anderson, autor do livro, relata uma das maiores descobertas astronômicas do século XX, o Big Bang. Uma teoria básica sobre o funcionamento do universo foi confirmada graças a amadores na Nova Zelândia, Austrália e Chile em cooperação com físicos profissionais nos EUA e no Japão. Era o surgimento do Pro-Am. Métodos ou processos organizados em que colaboram amadores e profissionais com objetivos comuns.
Não havia quantidade suficiente de astrônomos profissionais capaz de cobrir um pedaço de céu bastante grande para garantir alguma chance de localizar o fenômeno. Surgem a partir de fevereiro de 1987 redes de pesquisa global, interligando profissionais e amadores com interesses comuns em estrelas eruptivas, cometas e asteróides.
Alguns dos oitocentos amadores da lista registram suas observações por diversão. Outros esperam imortalizar-se, dando nome a alguma descoberta importante. O notável como no Linux, é que nenhum deles exerce essas atividades por dinheiro.
Nas comunidades colaborativas para softwares de “fonte aberta”, pelos quais qualquer pessoa pode contribuir para o projeto, o mantra é: Quando existem olhos suficientes, todos os bugs são triviais. O mesmo ocorre na astronomia: Se houver observadores suficientes, em breve veremos um asteróide com o nosso nome. E bastante cedo para fazer alguma coisa. Está formada a equipe de guardiões da Terra.

Livro Wikinomics de Don Tapscott e Anthony D. Williams,

O livro começa com o exemplo da Goldcorp Inc uma mineradora do interior do Canadá. Percebendo que sua equipe era insuficiente para localizar o metal precioso, o dono ofereceu U$ 575.000,00 a quem descobrisse ouro em suas minas abrindo segredos da Cia. na Internet. Não é preciso dizer que o resultado superou em muito o risco da abertura e o investimento realizado.

Em março de 2000 foi lançado o “Goldcorp Challenge”. Cada detalhe sobre os 55.000 acres de propriedade da empresa foi revelado no site oficial da GoldCorp. Mais de 1.000 potenciais candidatos de 50 países envolveram-se com o desafio na velocidade da Internet. Em semanas, várias submissões do mundo todo chegaram a sede da empresa. Como esperado, vários geologistas envolveram-se com a questão. Mas houveram entradas de fontes surpreendentes incluindo estudantes, consultores, matemáticos, oficiais militares, todos em busca de ação.

O mais interessante da experiência, é que foi utilizado pela comunidade colaborativa recém formada recursos matemáticos, físicos, técnicos, sistemas inteligentes, gráficos e soluções orgânicas para um problema inorgânico. Enfim surgiram capacidades técnicas inéditas.

No final a comunidade foi capaz de identificar 110 locais possíveis de presença de ouro, sendo 50% deles nunca imaginado pela organização. Em 80% dos locais foi encontrado quantidades substanciais de ouro.


Serão as organizações de sucesso do futuro as que souberem reunir as maiores e melhores comunidades em torno de metas e objetivos claros?
Serão as instituições do futuro as “donas”dos processos e não dos produtos? Estaremos diante do processo da valorização do subjetivo em relação ao objetivo?
Da Inteligência Coletiva contra o padrão coletivo e o senso comum?
Da colaboração versus a hierarquização?
Do Espaço do Saber dando sentido ao fluxo contínuo do espaço das mercadorias?
Do massificado para o personalizado?
Da física clássica para a física quântica?
Do Independente para o Interdependente?
Da versão fechada para o beta permanente?
Do porto seguro para a metamorfose ambulante?
Do produto para o processo?
Do estático para o permanente?
Do surto para o perene?
Do ouvinte para o interagente?
Da assistência para a participação?
Do leitor solo para o leitor e escritor (read and write web) permanente?
Do passivo para o interativo?


Re-ligue djá


Escrito por Ricardo Guimarães para a Revista Trip . Os comentários em parênteses e os links são meus.

Em tempos difíceis como o nosso (são tão otimista que não vejo tempos difíceis). otimismo pode fazer toda a diferença na hora de aproximar pessoas e idéias.

Conexão é uma palavra moderna, mas eu prefiro re-ligação, porque dá um sentido histórico para o conectar. Religar o que foi desligado. Vejo milhões de sintomas da sociedade atual na busca dessa re-ligação. Sim, sou otimista, você sabe. Se alguém ainda não se convenceu dessa mudança, é bom dar uma olhada no livro O Ritmo da Vida – Variações do Imaginário Pós-Moderno, de Michel Mafessoli (Record). Re-ligar corpo e
espírito, espaço e tempo, terra e céu, estética e ética, razão e intuição, ordem e caos, Apolo e Dionísio, indivíduo e sociedade, cultura e natureza, sentidos e sentido. Mas não acho que, no geral, a busca dessa re-ligação seja consciente ou virtuosa. O que é muito legal. Acho que é instinto de sobrevivência da humanidade na jornada de evolução do que chamamos vida nesse planeta.

Quem tem olhos para ver, como Mafessoli, está encantado: “Moda, corpo, ecologia, esporte, música, hedonismo, imagens são as palavras-chave das novas tecnologias do cotidiano, cuidando de favorecer da melhor maneira possível a criatividade cujo objeto essencial é desfrutar do mundo que se oferece à visão e à vida. A este respeito, a Internet é uma boa ilustração de um verdadeiro re-encantamento do mundo.”
O destaque é dele. É importante ver animadamente a nova realidade que está surgindo porque estamos vindo de uma cultura de separação, de divisão, de individualismo, de materialismo, de um racionalismo utilitarista que, associado à neurótica necessidade de controle e posse, adoeceu nossa imaginação e empobreceu a vida no que ela tem de melhor: o sentido integrado aos sentidos.

O resultado dessa cultura não está apenas nos relatórios do IPCC, no terrorismo, no tráfico de drogas, mas, principalmente, no coração da maioria de nossos contemporâneos que nunca tiveram tanto medo. Medo do outro, medo do futuro, medo do planeta, medo do nosso estilo de vida, medo do progresso – meu bem, meu mal. O medo, irmão gêmeo do pessimismo, nos cega para ver a transformação que a sociedade está vivendo e nos faz gastar a preciosa energia da re-invenção, levantando muros e suspeitas, lamentando a destruição necessária dos nossos pequenos mundos de isolamento e insensibilidade.

Daí a importância do re-ligar, do estar junto de si, do outro e da natureza, porque quando se está junto, não há espaço para o medo, e a sinergia do junto re-inventa a realidade na direção de nossa felicidade. Quando falo junto não é para ficar de mãos dadas, grudado, como se re-ligar fosse coisa de religião que põe todo mundo no mesmo lugar fazendo as mesmas coisas. O junto a que me refiro não é espacial, é temporal. É no plano da consciência. É no plano da conectividade que liberta e emancipa. Mal comparando, é como o celular que permite o filho ir longe do pai com segurança porque os dois estão ligados. Tenho insistido muito que, antes de abrir o jornal, as pessoas precisam decidir se são otimistas ou pessimistas. O fato é o mesmo, mas as leituras são totalmente diferentes. O relatório do IPCC, por exemplo: o pessimista fica chocado e lamenta o aquecimento global; o otimista celebra o fato do relatório existir, portanto as pessoas, agora conscientizadas, poderão tomar as providências.
Outro dia, uma pesquisa publicada pelo jornal Valor, numa visão pessimista dizia que os jovens de hoje não são idealistas. O otimista vê no realismo do jovem atual a melhor base para construir um mundo mais eficiente e seguro.O relatório TrendWatching de semanas atrás dava pessimistamente o título de Tirania da Transparência ao fato de vivermos em tempo real. O otimista vê na transparência um cenário aliado para eliminar os bastidores que protegem os sacanas e suas sacanagens. A re-ligação permite a sintonia (como antena mesmo) com o espírito da época (zeitgeist) e liberta as pessoas da visão curta e trágica do fato sem contexto, tá ligado?
Boas conexões.Ricardo.

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Nova Missão do Yahoo: It’s About People


Escrito por Josh Catone / May 16, 2007 /

Google's mission statement has long been "to organize the world's information and make it universally accessible and useful." Last night, Yahoo! announced their new mission, "to connect people to their passions, communities, and the world’s knowledge." While Google emphasizes the data, Yahoo! will emphasize the people (the Google also recently debuted a new tagline: "Search, Ads and Apps," so maybe they're more about the money).
Last November, an internal memo at Yahoo! from SVP Brad Garlinghouse, dubbed the "Peanut Butter Manifesto" by the press, called on the company "to boldly and definitively declare what we are and what we are not." It seems that Yahoo! has decided that they're less about search, and more about community.
As part of the new realignment Yahoo! formed a new "Network Division," that puts "the majority of Yahoo!’s consumer-facing products," including Mail, Messenger, Groups, Bix, Flickr, Web Search, Answers, News & Information and Entertainment business units, the Yahoo.com home page and My Yahoo, under one roof. That appears to be pretty much everything.
One of the most interesting points in Yahoo!'s new vision is that they want to "leverage our assets to build the most relevant, comprehensive, dynamic, and open repository of knowledge and content on the Web." Yahoo's Executive Vice President, Jeff Weiner, who penned the announcement, emphasized that Yahoo! is excited about opening up their content to other web publishers. This is something that Yahoo! has already excelled at. The Yahoo! Developer Network offers comprehensive APIs for most of their services, and according to ProgrammableWeb, Yahoo! offers more APIs than Google, and is second among the large web properties in terms of mashups created using their technology and content.
"One of the things we’re most excited about is the concept of 'open,' and all of the potential we have yet to tap by opening up some of the most trafficked pages on Yahoo.com to the highest quality publishers on the Web, regardless of their size," says Weiner, promising more information soon. It will be interesting to see in what new ways Yahoo! plans to open their content.
Weiner says the reorganization of Yahoo! is complete, and indeed many of the things Garlinghouse called for in the "Peanut Butter Manifesto" have been done (despite Terry Semel's claim that the reorganization of Yahoo "wasn't all about peanut butter"). Some redundancies still exist in the Yahoo! network (Del.icio.us vs. MyWeb comes to mind), but the company appears to have endeavored to remove the major redundancies that pitted business units against one another.
Google will continue to dominate in search for the foreseeable future, but will focusing on people be enough to get Yahoo! back on track?

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Sob Nova Direção




A revista Newsweek publicou no final do ano passado uma capa em papel prateado imitando um espelho. Anualmente a revista publica na capa uma personalidade como Homem/Mulher do ano. A personalidade do ano são os consumidores agora engrandecidos e poderosos. Munidos das ferramentas da web 2.0. blogando, produzindo, editando e publicando fotos e vídeos.

Desde a invenção da prensa por Gutemberg no século XV, fomos treinados, educados e por que não viciados aos “editores de realidade”. Todos os instrumentos de mídia sempre representaram formas de comunicação unidirecionais, de uma entidade para muitos ou no máximo bidirecionais como o telefone.






Realidade Editada

Os Jornais “decidem”quais os assuntos a serem abordados, ou que devemos ler. A TV (não importa o número ou diversidade de canais) empacota as imagens e cria uma realidade, “decidindo” o que devemos ver. O Rádio (de novo não importa a quantidade ou variedade de estações) edita e “define” o que vamos ouvir. Estamos diante de um milionésimo por cento do total.

Estamos viciados em não olhar para dentro, em não pensar por nós mesmos. Em não decidir nossa realidade. Estamos viciados nas realidades fabricadas (A Revista Caras é o maior fenômeno editorial dos últimos anos). Estamos viciados em espiar realidades criadas (O Big Brother que o diga).

Estamos “normatizados” ou “celebrizados”. Temos um comportamento de manada (as capas dos jornais O Estado de São Paulo e Folha de São Paulo são invariavelmente idênticas). Tendemos a copiar aquela realidade já que estamos constantemente nutrindo nosso cérebro que são as únicas que merecem nossa atenção, ou que estamos dando atenção. Ou tentamos ser muito diferentes buscando 5 minutos de fama.


Economia da Atenção


Não existe neutralidade de nossa atenção. Quando estamos focando nossa atenção em realidades criadas, deixamos de dar atenção a nossa realidade, de nutrir nossa essência. Quando olhamos para o lado imediatamente deixamos de olhar para frente. Nosso caminho, nossa jornada, nossa real vocação na Terra estão esvaziados.


Assuma as Rédeas


Pela primeira vez na História estamos diante de um meio de comunicação de muitos para muitos: A Internet.

Na grande rede você decide o que quer ler, assistir ou ouvir. Você está no comando. A realidade está sob nova direção. O poder voltou para o lugar de onde nunca deveria ter saído.

Esta liberdade é incômoda. É uma emancipação do Homem.
Nos últimos 4 séculos, desde do início da Igreja Católica sempre deixamos para alguém decidir ou formar um conceito de realidade para nós. É como se estivéssemos saindo de um coma profundo (vale o exagero) e tivéssemos que reaprender a falar, andar e ouvir.


Nutrição de Imagens e Pensamentos

Ao digitar uma palavra no Google (também um editor de realidade, mais amplo e democrático mas, uma realidade rankeada pelos seus algorítimos) você acessa imediatamente um universo, uma dimensão de realidade decidida por você. São milhares de imagens, fotos ou vídeos e textos que o remetem aquele assunto. Você decidiu. As rédias são suas. As regras são suas. Você decidiu se quer ver imagens da guerra no Iraque, da guerra nos morros do Rio de Janeiro ou se decidiu pesquisar sobre iniciativas de reciclagem de água, combustíveis alternativos, ou formas de colaborar com projetos de educação assistida para crianças carentes no morro da Rocinha. E você pode ainda editar, transformar, criar sobre o já criado na também chamada Read and Write Web

Não se trata aqui de defender um polianismo do mundo maravilhoso ou de alienação da realidade. Trata-se sim de perguntar de quem é a responsabilidade de decidir de que forma e qual realidade eu quero estar em contato.

Não é preciso fazer muita força para ver notícia ruim. E com certeza se fossemos tão ruins como definidos na mídia o mundo já teria acabado a tempos. Como disse Pierre Levy, a natureza da gigantesca maioria das pessoas na Terra é do bem.

No Minha Vida partimos do princípio que todos os nossos clientes têm boa fé e são bem intencionados. Talvez sejamos mais vulneráveis aos mal intencionados? Mas temos a firme convicção que no final das contas o saldo será positivo.



Quem Somos Nós?


É um documentário que retrata uma série de depoimentos de especialistas diversos, de teólogos a cientistas sobre nossa existência. O filme usa a física quântica que basicamente rivaliza a física tradicional em relação a presença das micro partículas no espaço e no tempo.
Segundo a ciência, as partículas em dimensão microscópica, adquirem movimentos difusos que sugerem que a matéria pode estar em dois lugares ao mesmo tempo assim como em nenhum lugar. O que existem são possibilidades de presença de matéria interpretadas pelos nossos sentidos.
Sugere que a realidade como vemos é fruto de nossa interpretação e não o contrário. No final das contas nós decidimos como vemos a realidade a nossa volta. Nossos sentidos interpretam átomos e moléculas a nossa volta que não seriam tão lineares como parecem.
A realidade como a percebemos acontece dentro do nosso cérebro.

O filme mostra um estudo científico em que um cérebro humano é exposto a duas situações, uma promovida pela imaginação da pessoa e outra sugerida em situação real, presencial. O estudo concluí que do ponto de vista do cérebro não é possível distinguir as duas situações, ou seja, a força de nossos pensamentos e imagens mentais é tão poderosa ou afeta tanto nosso cérebro quanto uma situação real.

Água

Massaro Emoto, conduziu um estudo sobre a influência da voz e do pensamento nas moléculas de água. O pesquisador Japonês submeteu as moléculas da água a situações distintas desde palavras de ódio a mensagens de amor ou bênçãos e fotografou o comportamento, cor e formato das moléculas em cada uma das situações. A diferença de aspecto é incrível.

Se nosso corpo é composto por até 70% de água e, a exceção das células nervosas, renovamos todas as células do nosso corpo 3 vezes por ano ou a cada 120 dia, qual será a influência dos pensamentos, imagens, sons que nosso cérebro forma da realidade sobre nosso bem estar e felicidade?
Segundo os especialistas os pensamentos são tão, ou mais importante do que o que comemos ou bebemos.


Será?

Será que ao tomarmos as rédias de nossa realidade estaremos mais próximos das razões de nossa existência?
Será então que a Internet é um meio de emancipação do Homem? Um meio de libertação?
Será que ao reunirmos as percepções de realidade dos saberes subjetivos de cada individuo em comunidades colaborativas chegaremos a Inteligência Coletiva Máxima? O que significa isso?

Perguntas. Lembre-se. O que nos faz evoluir são as perguntas....

sexta-feira, 4 de maio de 2007

Sustentável Mundo Novo


Como amplamente divulgado na imprensa em geral, o painel de mudanças climáticas (IPCC) da ONU realizado no final de Janeiro em Paris, culpa o Homem, definitivamente pelas mudanças climáticas que o mundo experimentou nas últimas décadas e prevê que o processo intensifique-se. A temperatura do mundo deve subir entre 1,8 e 4 graus até 2100. O principal vilão é a emissão de CO2 que segundo os especialistas, é irreversível.

O conceito de sustentabilidade, didaticamente explicado pelo Al Gore no filme Uma Verdade Inconveniente, remete a equilíbrio, ou ao conceito básico de débitos e créditos.
O Homem está muito negativo na conta corrente de CO2, emitindo muito mais do que a capacidade de absorção da natureza. O CO2 faz parte da natureza e é emitido normalmente na nossa respiração, pelas plantas na ausência da luz ou por queimadas naturais. Anormalmente é emitido em grandes quantidades pelas indústrias, meios de transporte e queimadas desenfreadas que acabam liberando o CO2 absorvido pelas plantas (pela fotossíntese) por milhões de anos.

O conceito de débito e crédito é muito útil e já prolifera em nossa cadeia econômica graças ao protocolo de link tem um teste básico para saber o seu grau de impacto pessoal.

No final das contas, são as árvores os grandes seqüestradores de carbono da atmosfera.
Há desenvolvimentos de processos artificiais de seqüestro e armazenamento de CO2, mas ainda em pequena escala. Mas, de novo, como na conta corrente, não adianta enchermos de crédito se no longo prazo nossa conta vai continuar negativa. Sem dúvida estamos diante de uma mudança de paradigma da sociedade. Precisamos mudar de atitude do lado do débito e emitir menos tanto quanto preservar florestas, plantar árvores, desempermeabilizar o solo do lado do crédito. O Espaço do Saber significa um retorno ao Espaço da Terra.

Na economia da sustentabilidade, estima-se em até 5,5% do PIB mundial o custo para manter entre 445 e 535 partes por milhão (ppm) o nível de CO2 na atmosfera o que implicaria até 2,4 graus a mais em relação à temperatura pré-Revolução Industrial após 2030 segundo a comunidade científica do IPCC.


Proliferam-se artigos também sobre as questões de segurança das mudanças climáticas. Catastrofistas de plantão prevêem guerras e conflitos por recursos naturais. Em recente artigo do O Estado de S.Paulo, Thomas Homer-Dixon, diretor do Centro Trudeu para Estudos da Paz e dos Conflitos, da Universidade de Toronto, pondera que o stress climático pode representar um desafio para a segurança mundial, na medida em que gera escassez de recursos naturais como água doce ou mesmo degradação de terras agrícolas e por conseqüência conflitos por posse destes recursos.

Do outro lado da conta corrente midiática surgem artigos que creditam ao Homem e sua capacidade inventiva as soluções para o Sustentável Mundo Novo.

Os conceitos de conta corrente e de débitos e créditos sugerem equilíbrio. O equilíbrio sustentável. Não há objetivo estático a ser atingido. Há uma soma de conceitos objetivos que procuram um equilíbrio mutante, dinâmico. Entre a própria comunidade científica, há controvérsias sobre os níveis de carbono necessários a um aumento x da temperatura global.

Há, sem dúvida, um desconforto generalizado sobre o afastamento do Homem da natureza, da essência da Terra, do cosmos, ou dos signos. Estará a sustentabilidade sugerindo a subjetividade do Espaço do saber, que como escreveu Pierre Levy, representa um retorno ao Espaço da Terra?