Publicado na Newsletter do TI Inside em 25 de maio.
No competitivo ambiente global de negócios, CEOs têm priorizado a inovação em suas agendas, porém têm constatado que as empresas de TI deixam a desejar em idéias visionárias e inovações.
Por outro lado, companhias que atuam em mercados altamente restritos em países emergentes como China e Índia estão inovando como nunca. E as inovações provenientes desses mercados pouco convencionais estão forçando mudanças e gerando uma nova força que não pode ser ignorada pelos mercados maduros.
A avaliação foi feita por analistas do Gartner, durante o Symposium/ITxpo, realizado na semana passada em Barcelona, na Espanha.Os analistas do instituto de pesquisas examinaram a importância crescente da inovação em países emergentes e observaram em que ponto acontece o rompimento na pirâmide, e como isso pode beneficiar os mercados mais maduros.
”No mercado global, cada vez mais centrado nos clientes, as companhias estão se afastando do modelo tradicional de inovação, que tem como base área de pesquisa e desenvolvimento interna das empresas. A tendência é que a inovação pare de vir do laboratório e comece a surgir da solução de problemas reais e como resposta para necessidades diárias, independente de quão sofisticado o mercado pode ser, com o objetivo final de enriquecer a vida das pessoas”, analisa Sandy Shen, diretor de pesquisas do Gartner.
De acordo com ele, as nações em desenvolvimento estão adotando inovação e tecnologias mais rápido do que mercados maduros por causa de três razões principais. Primeiramente, mercados emergentes têm menos legados que permitam a eles obterem saltos rápidos em tecnologias, o que torna o cenário ideal para a realização de testes. Em segundo lugar, em ambientes altamente confinados, que podem incluir infra-estruturas pobres, existe a necessidade de produtos que possam servir para melhorar o mercado local, especialmente para produtos projetados para mercados desenvolvidos. Como exemplo, Shen cita os telefones celulares, que exigem menos energia e tem conectividade interna, que segundo ele são mais apropriados para mercados emergentes do que PCs. Eles são também mais baratos do que PCs e mais adaptáveis ao ambiente dos mercados emergentes. O Gartner prevê que telefones celulares vão superar os PCs numa proporção de 15 por 1 em países emergentes até 2010. Finalmente, o analista enfatiza que países emergentes como a China e Índia têm a ambição de liderar a indústria de TI globalmente, e inovação é a única forma deles cumprirem esse desafio.Embora mercados emergentes e maduros tenham diferentes motivações para inovação, eles frequentemente obtêm o mesmo resultado. Por isso, o Gartner prevê que, até 2015, os projetos de TI nos países em desenvolvimento deverão direcionar 20% das grandes inovações em todo o mundo. Um bom exemplo, segundo Shen, é o mobile banking usado para transferência de dinheiro por meio de telefone celular, que foi a primeira inovação introduzida pelos mercados emergentes.
É mais fácil construir do zero do que reformar?