terça-feira, 10 de abril de 2007

O Segredo: Meu Filho

Cena de família

Eu e minha mulher tentávamos ver um filme chamado “O Segredo” , assunto capa da revista Veja da semana passada. Tentando, porque nosso filho de 3 anos não parava de pular em cima da gente buscando atenção. Aliás, já deveríamos saber que aquela mistura de atividades não era possível. Mas, somos pais a pouco mais de 3 anos.

O filme, que já tem versão em livro com o mesmo nome e um texto que circula por mails na velocidade da Internet, trata de um tema já bastante explorado pela chamada “indústria da auto ajuda”, por gurus de plantão, religiões ou ciências como a neurolinguística – a força do pensamento.
Em linguagem simples o documentário alterna depoimentos de vários especialistas em diversas áreas como filosofia e metafísica procurando fundamentar que no final das contas o que somos hoje é resultado do que pensamos ontem.
Que somos como ímans que ao pensarmos, imaginarmos e visualizarmos as coisas o universo tratará de transformar em realidade.
Que temos que ser capazes de querer e saber identificar quando o universo está entregando ou, oferecendo a oportunidade de recebermos o que desejamos.

Eu acredito.

O que eu mais gosto destas abordagens é a magia. Temos que ser capazes de acreditar na magia da vida e do mundo. Ela tem que ser muito maior do que somos capazes de imaginar. Nossa imaginação fica limitada ao longo de nossas vidas.

Onde estava a maior magia na cena de família?
No meu filho. Ele brincava e pulava em cima da gente porque ele já sabia de tudo aquilo. Nossos filhos já “vem de fábrica” com a programação certa. Eles já conhecem o poder ilimitado de nossos pensamentos, energia e imaginação. Nós os contaminamos com medos angústias e limitações. Enquanto eu o reprimia com a segurança de um pai disciplinador que nem tudo que ele queria era na hora que ele queria, o filme na TV dizia que sim, podemos ter o que quisermos a hora que quisermos se formos capazes de pensar e imaginar antes.

E qual o melhor lugar hoje para procurar ou mesmo criar imagens do que podemos querer na vida? A Internet.

Em poucos segundos, como numa cadeia de pensamentos você acha a casa dos seus sonhos, o carro desejado ou descreve o seu futuro como gostaria com uma família, companheiro ideal, etc.

Mas, a Internet será a interface de um fenômeno muito mais poderoso. O imaginário coletivo.

Inteligência Coletiva

Pierry Levy , pai da Inteligência Coletiva, no programa Roda Viva da TV Cultura em 2001 descreveu uma imagem de como seria uma um sistema de Governo eficiente.
Como em um gigantesco sistema de vasos comunicantes, como as veias de um corpo humano, os fluxos de recursos fluem da sociedade, das fontes pagadoras, para o governo e seus órgãos e projetos de infraestrutura que realimentariam a sociedade num circulo virtuoso. Os desvios de recursos seriam como um câncer que rouba energia e afeta o sistema como um todo.

Já é um ensaio de como podemos usar a Internet para provocar o imaginário coletivo. Imagens para criar transparência aos sistemas e o sentimento coletivo de que tudo está interligado e integrado. Imagem de que a maioria do que existe no nosso mundo é positivo e o negativo são anomalias do sistema.
Não estaria o negativismo ligado totalmente a falta de transparência? As grandes teorias de conspiração, guerras e violência não são nutridas pelo obscuro? Será que não existe uma sensação de que se todo mundo for do bem eu também serei? Será que se for possível mostrar que a gigantesca maioria é do bem, os que acham que são “do mal” não serão “contaminados”?

No filme, há um depoimento sobre o poder dos pensamentos positivos, muito maior, em relação aos negativos. Sem dúvida.

Coletivamente somos mais inteligentes e do bem.
Obrigado meu filho. O seu sorriso me ensinou muito mais do que as duas horas do filme.