Escrevi em Abril de 2001, mas continua muito atual...
Selecione suas mais profundas convicções, políticas, econômicas ou sociais que você considera verdades absolutas. Reproduza-as em mensagem eletrônica e desafie outras pessoas a questioná-las.
A grande rede, através de pessoas (milhares) ao redor do mundo, que você nunca pensou em um dia encontrar, sustentará hipóteses, fatos, que vão sugerir profunda reflexão:
Talvez para ser político, não seja necessário ser corrupto, a legalização de drogas seja a melhor forma de combatê-las ou, que a liberação do aborto gere menos mortes, por exemplo.
No fundo esta é a grande revolução que presenciamos...
Nunca foi tão comum ver conceitos, sendo tão bombardeados, nem tão fácil ver como somos dependentes um dos outros. Nosso trombone nunca teve tanto eco e platéia.
Talvez a transparência e interdependência que a Internet traga a tona não sejam tão revolucionárias assim.
As grandes transformações ou evoluções de nossa sociedade desde a descoberta da “Terra Redonda”, o final da Guerra Fria ou o Mapeamento do Genoma, sempre representaram profundos questionamentos e grande transparência.
Talvez a Internet mostre um cenário em que estejamos acordando para o seguinte fato: mais do que diminuir os ciclos de descobertas, revoluções ou mudanças, a sociedade moderna chegou ao momento das mudanças constantes, do equilíbrio dinâmico ou da metamorfose ambulante.
Mas, nossas convicções e verdades são fundamentais para o conforto do dia a dia.
Questionamentos freqüentes geram instabilidade. A Internet não é produto mas, processo de comunicação e integração que leva esta sensação de desconforto ao limite.
O próprio nascimento da Internet com suas realidades tênues e provisórias é uma demonstração eloqüente de como as máscaras caem rápido, de como as verdades surgem e vão embora muito rapidamente. A especulação em valores inconsistentes foi o maior exemplo.
O que dizer para nossos filhos então?
Talvez que não precisamos ter resposta para tudo. Não devemos ter resposta para tudo.
Como educá-los em meio a tantas mudanças?
Com valores e princípios reais. E a grande prova de que são reais será o fato de justamente sobreviverem a esta nova realidade.
Talvez a Internet que parecia tão mágica como algo totalmente novo, nos ensine que a verdadeira magia são nossos princípios básicos ensinados por nossos queridos avós. Não existe resultado e sucesso sem trabalho e tempo, vitórias sem derrotas e aprendizado, consistência sem respeito e, felicidade duradoura sem valores e princípios ...
Raul Seixas, avô da geração Internet escreveu ...
“Eu prefiro ser uma metamorfose ambulante do que ter aquela velha opinião formada sobre tudo”
Talvez, não exista porto seguro, mas plataformas (que podem afundar às vezes) (foi escrito na época que a pltaforma da Petrobrás afundo no bacia de Campos), que nos ajudam a navegar pelo mar de incertezas da vida.
E, talvez o que falta para solidificar nossas plataformas sejam os tais valores e princípios que esquecemos de exercitar.
Talvez eles possam nos dar a segurança necessária para reconhecermos conceitos como pré-conceitos e levar nossas plataformas para mares nunca navegados com a mesma tranqüilidade da terra firme.
Sim, a Internet caiu na realidade, mas a realidade também está caindo na Internet (Era o auge do estouro da bolha)