sábado, 23 de junho de 2007

Tá indo prá onde?


Ontem encontrei um grande amigo que considero uma das pessoas mais sensíveis que já conheci.
Fiquei surpreso ao vê-lo atordoado, atormentado pela sua rotina estressante. Não tinha tempo para nada. Recomendei uma leitura (Deepak Chopra). Nem pensar. Como? Ele não tinha tempo para nada.

É interessante ver como às vezes entramos em ritmo frenético consumido por nossa rotina de atender compromissos profissionais, pessoais, familiares, financeiros, físicos, médicos, sociais e acabamos esquecendo de perguntar o principal. Para onde tudo isto está me levando?

A resposta mais fácil, em última análise, é a morte. Sem dúvida (não há perguntas desta vez) estamos indo para a morte. A questão do quando é quase um detalhe.

Então nossa existência se resume a jornada entre este momento e o final da mesma existência?

Sim. E qualquer lugar que você queira chegar antes será pura ilusão.

As pessoas buscam constantemente segurança. “Quando eu tiver X milhões estarei seguro, serei financeiramente independente e poderei me aposentar, aí poderei fazer o que realmente desejo”. O apego ao dinheiro criará sempre insegurança, por mais que você o tenha no banco.

“Desvincule-se dos resultados. Ou seja, desista do apego rígido a um resultado específico para viver na sabedoria da incerteza. Desfrute todos os momentos da jornada da sua vida, mesmo sem saber quais serão os resultados” Deepak Chopra

Então, o que realmente vale é a qualidade da nossa existência? Vale o processo e não o produto? Vale a capacidade de fazer e não o que foi feito?

Metas atingidas serão meros instrumentos de afirmação da capacidade de atingi-las? Instrumentos de expansão da capacidade de atingi-las?

A pior coisa que podemos fazer com nossos filhos e dar algo para eles, deixá-los apegar pelas coisas sem a correta relação com a forma e capacidade de atingi-las.
Bill Gates, o homem mais rico do mundo justificou a doação de grande parte de sua fortuna com o argumento de que não achava saudável que seus filhos começassem a vida com 40 bilhões e dólares.
A melhor coisa que podemos fazer ao educar nossos filhos é ajudá-los a descobrir o seu talento único, individual e não o de ser um sucesso na escola ou freqüentar as melhores faculdades na busca de agradar os outros. Meditem desde cedo e aprendam a ouvir sua voz interior com o seu talento e as oportunidades que ele terá no universo.

Como está sua Jornada?

Matthew Kelly escreveu O Ritmo da Vida.

No livro, o autor de 32 anos que da palestras desde os 19, procura defender que a energia é o nosso recurso mais valioso, não o tempo. A energia é criada por um senso de propósito – o de nos tornarmos a melhor pessoa que podemos ser e criarmos um modo de vida que integre e harmonize as nossas necessidades legítimas, os nossos desejos profundos e os nossos talentos. O resultado é paixão e energia.

Se estivermos nos sentindo deprimidos, exaustos, temerosos, ansiosos, defensivos talvez estejamos fazendo mais força do que o necessário. Talvez não estejamos em sintonia com o ritmo adequado. E qual o ritmo adequado? Qual o ritmo da vida? Olhe a sua volta...

“Se você observar a natureza, verá que ela depende do mínimo esforço em seu funcionamento. A grama não se esforça para crescer; apenas cresce. O peixe não tenta nadar; apenas nada. Os pássaros não tentam voar; apenas voam.


Essa é a nossa natureza intrínseca. É da natureza dos bebês o estado de graça. É da natureza da Stella piscar e reluzir.


“Quando passar a focalizar seu verdadeiro propósito de vida... ao expressar seus talentos singulares para satisfazer às necessidades de seus semelhantes, você receberá tudo o que quiser e quando quiser” Deepak Chopra.

Estou convicto de que encontramos riqueza e abundância ao sincronizarmos e sintonizarmos nossos talentos únicos (e são realmente únicos) com os de outras pessoas e, ao expandir as possibilidades individuais, gerar valor em cadeias estabelecidas ou reinventar novas. O mundo precisa e sempre precisará ser reinventado para acomodar todas as jornadas.

O grande paradoxo é que para identificarmos oportunidades aos nossos talentos individuais precisamos estar o mais sintonizado possível conosco e com o que está ao redor.

Normalmente os momentos de crise nos prendem em cenários passados frustrantes ou cenários futuros alienantes e não ao cenário do presente precioso.