terça-feira, 13 de novembro de 2007

Destruição Criativa


O termo está no livro A Era da Turbulência de Alan Greespan. O autor o define como o sucateamento das velhas tecnologias e das velhas maneiras de fazer as coisas para ceder espaço ao novo.


O livro explora também o paradoxo entre a dinâmica do capitalismo e sua intransigente competição de mercado e o anseio humano por estabilidade e certeza.


No final das contas vencem os indivíduos, empresas e países que conseguiram criar ambientes de liberdade econômica com maior escopo para o risco do negócio e sua recompensa, o lucro e, portanto também maior propensão para assumir riscos.


Vencem as instituições que conseguem criar ambientes de instabilidade e incerteza ?


Parece que o maior inimigo de nossa evolução como seres humanos, famílias, empresas ou países é o conforto e a acomodação. Mas, no fundo, não é que o que buscamos? (um bom emprego, um bom salário e uma boa casa?)


É emblemático o exemplo do minúsculo São Tomé e Príncipe, na costa ocidental da África, que ao descobrir grandes reservas de petróleo em suas águas territoriais, tenha manifestado reação contraditória sobre sua exploração. As estatísticas mostram que os países em desenvolvimento ricos em recursos apresentam desempenho muito pior que os pobres em recursos em termos de crescimento do PIB. Ambientes de facilidades e abundância são menos propensos a invenções, reinvenções ou criações. Não seria o caso da nossa Brasília?


No Brasil, apesar da infra-estrutura da época da velha maneira de fazer as coisas, uma empresa aérea com apenas 5 anos de vida, construída do zero, usando as novas ferramentas de eficiência do mundo conectado, comprou outra que não conseguia se livrar da velha maneira de fazer as coisas ou, do ambiente de conforto e acomodação ou, do não compromisso de reinventar-se em novo cenário. (mais difícil que construir do zero?)


O mesmo Alan Greespan foi autor do termo Exuberância Irracional, com o estouro da bolha de tecnologia na virada do século. Eu definiria o momento seguinte como Rejeição Confortável, ou a aversão às novas ferramentas de tecnologia, aversão ao novo. Ferramentas que agora se provam necessárias para ganhos de eficiência vitais no processo de destruição criativa das instituições que quiserem vencer na era da turbulência.


No final das contas, as premissas que norteiam nossa forma de agir como indivíduo, família, empresa ou país estão em grande transformação. Devemos ser capazes de nos colocar em situações de desconforto para prosperar!!!


O que será que muda em nossa vida como indivíduo o fato de poder checar mensagens a cada 5 minutos? Traz estresse bom ou ruim? É passageiro? E se eu não me adaptar, mas meus pares sim?


O que será que muda poder chegar em casa e jogar golfe com o meu filho por 10 minutos na TV? Ou poder mostrar na Internet o que aconteceria com seus dentes se não os escovar com freqüência?


O que muda em nossas áreas de negócio se 100% de nossos consumidores tiverem acesso freqüente à web em cultura com propensão a interatividade? (Já acontece no mercado automotivo no Brasil hoje com 26 milhões de carros na frota e 50 milhões de usuários com algum tipo de acesso a web)

O que muda em um país 100% plugado em banda larga até 2010, segundo nosso ministro de comunicações Hélio Costa?

No mundo em crescimento exponencial, na era da turbulência, o que puder ser feito, será, por você, para você ou apesar de você.


De novo a questão “tostinesca”: o mundo está prestes a assistir a um salto de produtividade e eficiência porque criou as ferramentas para tanto ou porque simplesmente é necessário para continuarmos existindo?